Nós, 320 educadoras e educadores, dos movimentos populares e das universidades, do Brasil e de 18 países reunidos sob inspiração e em comemoração aos 100 anos da Revolução Russa, reafirmamos nossa compreensão de que educar é a edificação coletiva da emancipação humana e a luta permanente por uma sociedade de justiça e solidariedade, pautada em base material e ética socialistas. E, diante da atual conjuntura brasileira apontamos os seguintes posicionamentos.
- Repudiamos veementemente a violência recorrente contra jovens e negros das periferias urbanas, mulheres e sujeitos LGBT da cidade e do campo e o assassinato de camponeses, quilombolas e povos tradicionais realizado por latifundiários e polícia de governos repressores em todo o país, em especial os episódios recentes verificados no Pará, Maranhão, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
- Manifestamos nossa solidariedade aos povos indígenas vítimas de massacres por conta de sua resistência contra o processo de expropriação de suas terras e o apoio irrestrito à sua campanha “Demarcação já”.
- Consideramos imperativo para superarmos a atual crise, o afastamento imediato do atual governo golpista, liderado por um Presidente corrupto, flagrado com provas robustas em atos ilícitos. Assim como, a imediata suspensão da tramitação no Congresso Nacional, das propostas das reformas trabalhista e previdenciária, nefastas aos trabalhadores e trabalhadoras ao Brasil.
- Na mesma direção consideramos urgente, a convocação de ELEIÇÕES DIRETAS E GERAIS JÁ, como forma de devolver ao povo a decisão sobre os rumos do país que foi cassada pelo golpe jurídico-midiático-parlamentar de 2016.
- Exigimos a revogação de todas as medidas antipopulares adotadas após o golpe, como a reforma do Ensino Médio, a PEC do teto de gastos (que irá reduzir em 45% o orçamento das universidades federais em 2018 e limitar os investimentos em saúde e educação), a privatização do pré-sal, a terceirização, a legalização da grilagem de terras e a privatização das terras dos assentamentos rurais.
- Repudiamos a criminalização das manifestações e dos movimentos sociais, a violência policial, bem como a participação das Forças Armadas nas ações de repressão e exigimos a garantia do direito à livre manifestação.
- Repudiamos o fechamento de escolas e os ataques às Licenciaturas de Educação do Campo e ao Pronera.
- Reafirmamos nossa luta em prol da reforma agrária popular, com base na agroecologia, como instrumento de construção da soberania alimentar, da democracia e da justiça no campo, em contraponto ao agronegócio.
- Reiteramos nosso compromisso com a educação pública, gratuita, de qualidade e socialmente referenciada e rejeitamos qualquer inciativa de cercear o trabalho docente, a exemplo das propostas de “escola sem partido”.
- Prestamos nossa solidariedade ao povo Venezuelano e seu direito à autodeterminação, ameaçado pelos ataques das forças imperialistas.
- Manifestamos nossa solidariedade a Cuba e seu processo de construção do socialismo e repudiamos o criminoso bloqueio econômico imposto ao país pelo imperialismo estadunidense.
- Conclamamos todos os/as trabalhadores/as à luta antimperialista, a unidade latino-americana e à construção da revolução brasileira, desafios centrais para a superação das mazelas do capitalismo dependente que submete os\as trabalhadores\as à superexploração e a natureza à degradação e exaustão.
- Seguimos resistindo ao golpe e construindo a luta pelo socialismo no Brasil e na América Latina. Inspirados pela vitoriosa Greve Geral de 28 de abril e pelo OcupaBrasília de 24 de maio, conclamamos todos e todas à construção da unidade da luta dos trabalhadores e trabalhadoras e uma nova Greve Geral.
Nenhum direito a menos! Fora Temer! Eleições Diretas e Gerais Já!
Guararema-SP, 27 de maio de 2017.