O ex-presidente do PSB, Roberto Amaral, é contra todas as razões que justifiquem a fusão da legenda com o PPS. Ele enfatizou que a direção não consultou a militância e que a decisão é um desrespeito à história do partido. As declarações ocorreram ontem, em entrevista na TV Correio. Durante a visita ao Sistema Correio, foi recebido pelo empresário Roberto Cavalcanti, de quem recebeu um exemplar do livro ‘Meu tempo sobre o tapete azul’, de sua autoria.
Roberto Amaral ressaltou que essa adesão contraria o elemento ideológico da esquerda democrática, base do trabalho socialista. “Isso é uma bofetada na história do partido, um suicídio ideológico. Esta direção que está aí, que não consultou a militância, assassina a sua história, rasga o seu programa, desrespeita a biografia e seus fundadores, quando deixa o campo da esquerda para se transformar num segmento irrelevante da direita”, contestou.
Segundo Amaral, o processo de perda da identidade ideológica do partido se deu a partir da morte de Eduardo Campos. “Foi quando, podendo manter-se no campo da esquerda, a direção aderiu a candidatura de Aécio Neves, que contrariava toda a história do partido. Podendo ser, agora, o receptáculo da esquerda democrática socialista, descontente com os rumos Amaral recebeu livro do empresário Roberto Cavalcanti dos partidos de esquerda hoje”, ponderou.
Jogo
Contrariado com a composição a que o partido está se submetendo, o socialista apontou para as insatisfações do PSB com relação aos rumos do PT, dos partidos de esquerda atuais, quando resolveu tomar uma direção contrária, mas que, segundo ele, não seria mais acertada. “Ser um instrumento do jogo da direita, organizado pelo PSDB de São Paulo. Isso é que foi a sua junção com o PPS”, alegou.
Para Amaral, antes, os políticos socialistas estavam focados na vitória eleitoral para, em seguida, lutar por mudanças no sistema vigente. Atualmente, estaria acontecendo uma inversão desse caminho, considerado por ele uma renúncia da boa política.
Fonte: Correio da Paraíba