Segundo ele, o PPS é ideologicamente diferente do PSB, que desde o seu início milita na esquerda democrática

Por Naira Di Lorenzo

Ex-presidente do PSB, Roberto Amaral

Ex-presidente do PSB, Roberto Amaral

O ex-presidente nacional do PSB, fundador do partido, Roberto Amaral, condenou nesta sexta-feira a iminente fusão entre a legenda e o PPS iniciada no final de abril pelos presidentes nacionais das siglas, Carlos Siqueira (PSB) e Roberto Freire (PPS). Segundo ele, o PPS é ideologicamente diferente do PSB, que desde o seu início milita na esquerda democrática.

“Eu vejo como um suicídio político e uma burrice estratégica. Suicídio político porque o PSB assassina sua história, rasga o seu programa e ultraja a biografia dos seus fundadores. Essa fusão é o avanço na opção pela direita e é incompatível com a história de um partido da esquerda democrática e um partido que ainda se diz socialista”, disparou.

Amaral explicou que considera a fusão “uma burrice estratégica” devido à conjuntura política atual do país, em que, segundo ele, o PSB poderia se destacar no campo da esquerda. “Com a crise dos partidos de esquerda, principalmente com a crise do PT, o PSB pela sua história tinha todas as condições efetivas de ser o estuário de todos aqueles que no Brasil lutam pelos princípios do socialismo democrático”, disse.

Recorte retirado do Jornal da Paraíba - 09/05/2015

Recorte retirado do Jornal da Paraíba – 09/05/2015

Para o ex-presidente do PSB, o partido “se transforma em um joguete e da direita” e renuncia a seu papel ideológico. “O PSB renunciou a si próprio, é um suicídio. Ele poderá ser qualquer coisa menos o PSB”, prevê.

Amaral ainda criticou duramente o PPS. “A minha restrição é ideológica, política e estratégica. O PPS é um partido que nasceu da traição. Ele nasceu da traição de Roberto Freire ao partido qual ele pertencia, que era o PCB. É um partido que nasceu para destruir outro e desde que nasceu vem militando na direita. Hoje o PPS está à direita do PSDB”, concluiu.

A fusão das legendas foi aprovada em reunião da Executiva dos dois partidos e deve ser efetivada em dois meses. A nova legenda nascerá com 45 deputados federais; oito senadores, contando com a entrada da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy; três governadores; 92 deputados estaduais; 588 prefeitos, sendo quatro de capitais; 5.832 vereadores; e 792 mil filiados.

 

Fonte: Portal Correio