Nenhum país do mundo – ainda mais na situação crítica em que se encontra o Brasil -, pode se dar o luxo de não contar com o melhor presidente que o pais já teve, para superar a pior crise da sua história.

Dois meses com o Lula preso – sem crime e sem provas – só fortalecem a contraposição entre um pais destruído, um governo desfeito, e uma liderança cada vez mais consolidada pelo apoio popular e pela personificação do projeto que fez o Brasil viver o momento mais virtuoso da sua história.

Isso só é possível porque o golpe e o conjunto de forças que o colocou em prática, se dedica a desmontar a estrutura produtiva do pais, os direitos da massa da população e a liderança que pode levar o Brasil a retomar a construção de uma nação justa, democrática e soberana.

Manter Lula preso faz parte do processo que interessa ao capital especulativo, às grandes corporações internacionais e aos EUA – brecar o caminho do Brasil para se construir como grande nação no mundo, como uma sociedade justa e solidaria, como um Estado a serviço do pais e do seu povo.

Fazem parte do mesmo complô contra o Brasil e o seu povo, a mídia corrompida, os juízes que se dedicam a perseguir o Lula, os congressistas eleitos com dinheiro de grandes empresas privadas. Não lhes basta depor sem provas uma presidenta recém reeleita democraticamente pelo povo. Para que a destruição do Brasil não seja revertida, precisam inviabilizar a candidatura do Lula e tira-lo da própria vida política do país, em que ele denuncia cotidianamente as arbitrariedades jurídicas, as injustiças sociais, o entreguismo.

Perseguir o Lula é parte intrínseca do projeto de destruir o Brasil como projeto de nação, como democracia solidaria, como sociedade justa. Se não fizerem isso, pelos meios mais arbitrários, sabem o que vai acontecer. Lula será eleito presidente, convocará um referendo revogatório das monstruosas leis aprovadas pelo golpe, revertera ‘o modelo econômico neoliberal, recuperara’ a capacidade do Estado de comandar o desenvolvimento econômico e a justiça social.

Por isso fazem parte do mesmo projeto antinacional, antipopular, antidemocrático, o governo Temer, com toda a gangue que assaltou poder; o STF e seu silencio cumplice das arbitrariedades da Lava Jato; os donos dos principais meios de comunicação; os parlamentares e os partidos que apoiaram o golpe e as medidas arbitrarias que foram implementadas desde então.

Eles têm um governo que construíram, uma política econômica imposta contra a vontade popular, um Congresso ilegítimo, um Judiciário que comanda o arbítrio, um grande empresariado que só quer lucrar na especulação financeira. Eles têm tudo isso, mas não tem o apoio do povo. E, principalmente, tem contra si a única grande liderança política no Brasil, a do Lula.

Lula é a espinha na garganta da direita, do golpe, da mídia golpista, do governo ilegítimo, do Judiciário arbitrário. Cada vez que sua figura reaparece, como ontem, como testemunha de um processo, sua imagem reaparece aos olhos do povo como quem ele é: o Presidente de todos os brasileiros, com sua fala, com sua energia, com sua capacidade persuasiva, com seu humos e seu espirito brilhantes, exibindo toda sua capacidade de liderança. Sua imagem se projeta ainda mais sobre os outros políticos, com sua grandeza e sua capacidade de liderança. E’ um fantasma que tira o sono da direita e dos seus porta vozes.

Tiraram a liberdade do Lula, impede, que eu se dirija, todo dia, ao povo, que circule pelo país, que articule diretamente as forças de esquerda, que esteja diariamente junto ao povo, mas ele continua a subir nas pesquisas e seus adversários, de toda índole, não tem nenhum tipo de apoio expressivo. A figura do Lula, longe de sair da disputa, como querem tantos pré-candidatos, só se agiganta, mostra como é indispensável, e a única via para derrotar o golpe e reconstruir o Brasil.

– Emir Sader é um dos principais sociólogos e cientistas políticos brasileiros

https://www.brasil247.com/pt/blog/emirsader/357485/Mais-do-que-nunca-Lula.htm