Vivemos tempos conturbados. No mundo e, em particular, no Brasil.
A destruição de valores democráticos e a ascensão do pensamento único, arrogantemente hegemônico, torna o diálogo uma questão subsidiária, irrelevante.
Precisamos resistir e atrair a poesia que se desfaz à nossa frente, e com ela ver renascer a esperança de dias melhores.
A utopia não deve ser pensada como momento irracional. A ciência, a partir do olhar abrangente da Cosmologia está apontando para a necessidade de repensar as bases que sustentam a construção do real a partir da transformação das Leis físicas por Leis cósmicas.
Seguindo essa estrada, forja-se o pensamento utópico abandonando o mito de que ele deve ser identificado como anti-científico, o que não se sustenta, como veremos nesse Simpósio.
Isso nos leva de imediato a repensar a ação política: retomar antigas utopias ou construir novas?
É Auterives Maciel que alerta contra as utopias deliberadamente manipuladas, manuseadas pelos aparelhos estatais, evocando uma utopia revolucionária, inseparável de um devir minoritário iluminando o futuro através da abertura da sua indeterminação criando, assim, condições para continuar acreditando na vida.
Isso nos estimula a lutar para que não atinjamos, segundo Wanderley Guilherme de Souza, o apogeu da contra-utopia: o avesso de uma utopia que promete isolamento, competição e falta de empatia a seus habitantes.
Nos dias 13, 14 e 15 de setembro acontecerá, no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas – CBPF, o Simpósio Renascimento das utopias, com filósofos, físicos, antropólogos, sociólogos, psicólogos, jornalistas, cientistas políticos, para a partir de diferentes territórios do saber, debater as diferentes visões de utopia e seus cenários.
Na abertura do simpósio, na manhã do dia 13, haverá uma sessão especial em homenagem ao centenário da Cosmologia (1917-2017), em que físicos do CBPF apresentarão para o público em geral a primeira utopia científica do século XX: a proposta de descrição completa do universo a partir de uma teoria, a relatividade geral. Embora esse modelo não tenha tido sucesso, ele deu início à cosmologia moderna.
A cosmologia renasce no século XX pelo inesperado projeto de uma grande utopia. É por essa razão que a abertura de Renascimento das utopias será dedicada à apresentação do modelo de Albert Einstein, bem como uma exposição do que entendemos pelo termo vácuo quântico, chamada por ele de constante cosmológica e que permitiu a construção de seu cenário.
Logo em seguida teremos a série de palestras Renascimento das Utopias, cujo programa segue em anexo.
A entrada é gratuita.
Serão distribuídas senhas uma hora antes do início do Evento.
Download do poster (PDF):
Poster-Frente
Poster-Verso
Mário Novello e Nelson Job (Coordenadores)