Alta aprovação de Lula e sua origem proletária, além de seu protagonismo da lei do pré-sal e na criação dos Brics, preocupam oligarquia, “que busca exclusão do ex-presidente da vida política”
São Paulo – O jurista Fábio Konder Comparato, professor aposentado da Faculdade de Direito da USP, disse que é preciso entender o que há por trás da perseguição política ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“A nossa oligarquia sempre foi composta por dois grupos: os ricos – empresários, proprietários, rentistas etc – e os grandes agentes estatais. Eles sempre se deram as mãos. Na verdade, como disse o grande economista francês Fernand Braudel, o capitalismo só é bem sucedido quando se alia ao Estado, quando é o Estado”, disse.
“Lula foi o primeiro presidente da República que não era originário da oligarquia, tinha origem proletária. Sobretudo, ele saiu da presidência da República depois de terminar o segundo mandato com 80% de aprovação”, completou.
Comparato diz estar absolutamente convencido de que há influência dos Estados Unidos nesse processo de exclusão de Lula do campo político. Para ele, os americanos ficaram muito preocupados com duas questões, que para eles são fundamentais: o fato de o Brasil ter uma das maiores reservas de petróleo do mundo e por Lula ter sancionado a Lei 12.351, que prevê que Petrobras seja operadora de todos os blocos contratados sob o regime de partilha de produção do pré-sal, autonomia eliminada pelo projeto 4.567, em discussão na Câmara, que flexibiliza as regras do pré-sal.
A segunda preocupação é Lula ser um dos grandes artífices do Brics (Brasil, Rússia, Índia, Chia e África do Sul), a união de potências que unidas transformaram-se em concorrentes dos Estados Unidos no campo internacional, “e isso os Estados Unidos não podiam aceitar”.
Assista o depoimento à Agência PT de Notícias
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