Congressistas do PMDB durante oficialização do anúncio de rompimento com o governo Dilma Rousseff

Congressistas do PMDB durante oficialização do anúncio de rompimento com o governo Dilma Rousseff

A patética exclamação acima deve-se ao ministro Luiz Roberto Barroso, em conversa com estudantes da Fundação Lemann na sala de sessões da 1ª Turma do Supremo, ao ver nos jornais as fotos que ilustravam a decisão do PMDB de desembarcar do governo Dilma Rousseff e começar a campanha pela posse de Michel Temer, via impeachment. A foto que escandalizou o ministro está na primeira página de todos os jornais jornais e mostra, de mãos dadas comemorando o rompimento e gritando ‘Temer presidente’, ente outros menos cotados, o deputado Eduardo Cunha, conhecido correntista suíço processado por corrupção, e os senadores Romero Jucá (ex-líder do governo FHC, ex-líder de Lula e ex-líder de Dilma) e Valdir Raupp, ambos alvos de inquéritos, e o conhecidíssimo ex-deputado Eliseu Padilha, ex-ministro de FHC, ex-ministro da Aviação Civil e ex-coordenador político do governo Dilma.

O desabafo do ministro, na sua íntegra, está em todos os jornais da sexta-feira 1º de abril:
“Quando, anteontem, o jornal exibia que o PMDB desembarcou do governo e mostrava as pessoas que erguiam as mãos, eu olhei e pensei: meu Deus do céu! Essa é a nossa alternativa de poder. Eu não vou fulanizar, mas quem viu a foto sabe do que estou falando”.

Assim, em nossa República macunaímica estamos ameaçados de ter na presidência da República uma penca de corruptos liderada por um vice-presidente que não teve um só voto, substituindo uma presidente escolhida por 54 milhões de eleitores. Tudo isto porque temos hoje uma presidente sabidamente honesta sendo processada por iniciativa de um deputado consabidamente corrupto, que comanda uma comissão de impeachment da qual fazem parte 31 deputados respondendo por diversos crimes.

Roberto Amaral