Ex-presidente nacional do PSB afirmou que nota do partido representa apenas a posição “do rapaz que assina”
por Helder Lima, da RBA
São Paulo – O ex-presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB) Roberto Amaral classificou como “covarde e lamentável” a nota distribuída hoje (4) por seu partido sobre o depoimento coercitivo do ex-presidente Lula à Polícia Federal, em São Paulo, na manhã de hoje.
A nota, assinada pelo presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, reafirma “a postura crítica em relação ao governo federal e marcha em definitivo para a oposição a este governo, posicionamento que deverá ser convalidado pela executiva nacional”.
Amaral diz que “a nota não é do PSB, mas do rapaz que a assina. O partido terá de ouvir a executiva nacional para se posicionar. Nas eleições de 2014, a atual direção do PSB transformou-se em linha auxiliar dos tucanos do PSDB. E agora quer se transformar em linha auxiliar do PPS”. Amaral também enfatizou que o PSB “está virando instrumento do golpismo”.
Sobre o foco da Lava Jato no ex-presidente Lula, Amaral diz que “isso é parte de uma estratégia de desmoralização do ex-presidente Lula para colocá-lo na cadeia”. Para Amaral, existe uma articulação que começa com a execração pública executada pela grande mídia. Tanto o depoimento de hoje como a suposta delação de Delcídio Amaral (PT-MS), vazada ontem pela revista Istoé, representam “um teste de como nós reagiríamos diante de uma violência ao Lula”.
A nota do PSB também critica o governo Dilma: “Desde a sua eleição, o que vemos é que o governo da presidente Dilma Rousseff perdeu a credibilidade e a capacidade de governar, impondo graves consequências para o nosso povo, que desde então sofre com a recessão, a carestia, o desemprego – uma crise social que deve ser solucionada por um governo legítimo”.
Sobre esse ponto, Amaral afirma que “ele (governo Dilma) tem dificuldades sabíveis e notáveis, ninguém descobriu isso agora, e que vem enfrentando o cerco da imprensa e da Câmara, um cerco jamais visto, que começou com o Eduardo Cunha”, referindo-se ao presidente da Câmara, alvo com provas robustas na Lava Jato.
“Ou há uma resposta em termos de mobilização ou será como uma bola de neve”, diz ainda Amaral, apoiando as mobilizações que devem tomar conta do país a partir de hoje.
Em relação à sua continuidade no partido, Amaral afirma que “ainda não sei minha decisão sobre continuar no partido, e não é uma decisão pessoal, pois há muitos companheiros de esquerda no partido. Estamos discutindo o que fazer”.
Fonte: Rede Brasil Atual