Reuniu-se em Salvador (Bahia), nos dias 29-30-31 de janeiro último, no Hotel Stela Maris, o Conselho Geral Sindical-2016 de APLB, Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia, reunindo profissionais das redes públicas estadual e municipais do ensino pré-escolar, fundamental e médio. A APLB, fundada em 1952, congrega em seus quadros 90 mil filiados e está presente em todos os municípios baianos. É o maior sindicato dentre os filiados à CTB, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil. O Conselho Geral Sindical é constituído de representantes dos 417 municípios baianos.
Mesa-redonda discute o país
O Conselho APLB-2016 foi aberto no dia 29 com uma mesa-redonda sobre ‘Conjuntura política e democracia’ e dela participaram a deputada Alice Portugal (PCdoB, da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, o ex-deputado e ex-presidente da ANP, Haroldo Lima e Roberto Amaral.
A intervenção de Roberto Amaral
Roberto Amaral iniciou sua intervenção anunciando a tese que iria defender: ‘O projeto da direita no Brasil não á a de pura e simples deposição da presidente Dilma Rousseff, mas a implantação de uma sociedade protofascista de novo tipo’. Previu ‘dias difíceis’ puxados (1) pela crise do capitalismo mundial acompanhada pelas ascensão da direita (repetindo o século passado) na Europa e nos Estados Unidos e (2) a ascensão, entre nós, do pensamento conservador e da ação proto-fascista, como resposta à emergência das massas e à opção brasileira por um desenvolvimento independente. Estabeleceu a relação entre as crises política e econômica, funcionando como vasos comunicantes, uma agravando a outra, e sua repercussão na vida dos trabalhadores, cobrando do movimento sindical uma nova forma de organização e mobilização — para além dos partidos — de sorte a defender a democracia, a legalidade e os direitos sociais. Denunciou a tentativa, pelas forças conservadoras, de uma ocupação autoritária do Estado como primeiro passo para construção de uma sociedade proto-fascista de novo tipo: sem intervenção militar, sem fratura constitucional mas revogadora dos direitos dos trabalhadoes, da soberania nacional e do desenvolvimento, com a cassação dos avanços sociais conquistados a partir da Constituinte de 1988. Para Roberto Amaral o pleito do impeachment, retomado pela imprensa de sorte a orientar a oposição, é apenas uma das táticas de tomada do poder; visa a acuar as forças populares no seu processo de cerco e aniquilamento das forças de esquerda. Para Amaral qualquer recuo das forças populares pode ser fatal, pois após o mandato de Dilma Rousseff vira a desconstituição da imagem de Lula, e a destruição do PT como alavanca para destruição das organizações de esquerda, e, afinal, a razzia contra o movimento sindical.