Diante da falta de acordo para realizar uma fusão entre os partidos, integrantes da cúpula do PSB vão propor ao presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), um “pacto eleitoral” para a disputa municipal de 2016. A ideia será apresentada em encontro entre as legendas previsto para ocorrer nesta quarta-feira, 10, em Brasília.
“Vamos propor duas resoluções em que se prevê uma aliança conjunta em todo o País com PPS na disputa municipal do próximo ano. É uma caminho alternativo. Já que na discussão jurídica não se conseguiu avançar, vamos fazer uma fusão política”, disse ao Estado o vice-presidente do PSB, Beto Albuquerque.
Inicialmente, estava prevista a realização de um congresso no próximo dia 20 para oficializar a união das duas legendas. “Acredito que essa solução é a mais coerente. Poderemos amadurecer essa relação com a aliança eleitoral de 2016, onde quem tiver um candidato mais forte será apoiado”, emendou o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira. Segundo ele, pesou na decisão de não se realizar a fusão com o PPS o posicionamento do grupo de Pernambuco, Estado natal do ex-presidente da legenda Eduardo Campos, morto em acidente aéreo durante a disputa presidencial de 2014.
“Desde o início o acordo foi de que só avançaria na tese se houvesse concordância de todos. Foram colocadas preocupações com o que sairia da discussão da reforma política no Congresso Nacional e também houve alguns ruídos estaduais”, disse o governador de Pernambuco, Paulo Câmara. “Além disso, quando se iniciaram as conversas a discussão também era de se fazer uma incorporação, dessa forma não se corria o risco de se abrir uma brecha para a saída de alguns quadros do partido. Mas as conversas acabaram seguindo para a fusão”, acrescentou o governador. Ele e os demais integrantes da cúpula do PSB participaram nesta quarta-feira do 5 seminário internacional de Direito Administrativo e de Administração Pública, realizado em Brasília.
Segundo alguns socialistas também pesou o fato de que uma união com o PPS neste momento poderia levar o partido a ter um perfil mais opositor, passando uma imagem aos eleitores de proximidade com o PSDB. A ideia do PSB, entretanto, é permanecer numa linha de “independência. A possibilidade de fusão com o PPS, por outro lado, não foi descartada por completo mas a realização de novas conversas sobre o tema devem ser retomadas somente em 2017.
Fonte: A TARDE