A região que compreende a cidade de Baga, no norte da Nigéria, viveu momentos de horror nos últimos dias quando extremistas do grupo terrorista Boko Haram atacaram centenas de pessoas. Ainda não há um número oficial de vítimas, mas estimativas iniciais informam que ao menos dois mil civis teriam sido mortos pelos radicais islâmicos.
Fortemente armados e divididos em grupos, os terroristas varreram a região em caminhões e motocicletas, atirando contra qualquer um já nas primeiras horas da manhã de quarta-feira.
O episódio começou no sábado (3), quando os radicais conseguiram invadir uma base militar local e tomar o seu controle e a matança atingiu o pico na quarta-feira passada. O ataque se concentrou em Baga, mas se alastrou ainda por 16 vilarejos vizinhos.
A chacina foi classificada pela Anistia Internacional (AI) como a mais mortal já feita pelo grupo. Até então, a pior ofensiva do Boko Haram havia sido ano passado quando os rebeldes mataram 600 pessoas em apenas um dia.
Relatos de autoridades nigerianas divulgados pelo jornal britânico The Guardian dão conta de que a maioria das vítimas eram crianças, mulheres e idosos – pessoas que não conseguiram correr rápido o suficiente para escapar das balas disparadas pelos extremistas.
Segundo testemunhas, revelou o The Washington Post, o Boko Haram cercou a cidade, encurralando civis e soldados do governo nas cercanias do Lago Chade. Enquanto a cidade de cerca de dez mil habitantes pegava fogo, muitas pessoas desesperadas tentaram nadar até uma ilha próxima, mas muitas se afogaram.
Números da rede de notícias americana CNN informam que cerca 30 mil pessoas fugiram, das quais 20 mil conseguiram chegar com segurança a um campo de refugiados em Maiduguri, capital do estado de Borno. O restante aguarda por transporte para o local.
Boko Haram
O grupo vem aterrorizando a Nigéria desde os idos de 2009 e teria como objetivo tomar o poder para impor a sharia, lei islâmica, em todo o país. Em abril do ano passado, o Boko Haram se tornou foco das atenções do mundo ao invadir uma escola para meninas e sequestrar cerca de 200 estudantes. Apesar dos esforços do governo local, a maioria delas continua desaparecida.