Em 1º de abril perdemos um grande lutador e intelectual. Pedro Castro, nascido no bairro da Liberdade, em Salvador, há 79 anos. Teve sua vida caracterizada pelo companheirismo e pela solidariedade, e  por lutar pela liberdade.  Sociólogo, professor aposentado da Universidade Federal Fluminense.  Quando do golpe de 1964, estava já preso por preparativos pré golpe, como a provocação, em Salvador,  de Carlos Lacerda,  ao  tentar dar a aula inaugural da Universidade Federal da Bahia. Pedro era presidente do DCE e capitão da policia militar (ajudante de ordem do comandante) e foi preso  na invasão da Reitoria por estudantes para evitar aquela afronta de Lacerda. Quando do golpe, militar já estava preso, permanecendo 6 meses na prisão.

Pedro foi um dos primeiros atingidos pelo ato institucional número 1, perdendo a patente;  perseguido,  refugiou-se em Santiago do Chile, onde cursou a FLACSO. Regressou ao seu país logo após  o Ato Institucional número 5, quando foi preso no Rio, passando pelo DOPS.
Reconhecido intelectual e ativista, declarando-se comunista,   participou de distintas organizações revolucionárias e foi um dos fundadores da  Casa da America Latina. Autor de vários livros no campo da sociologia do trabalho e sobre greve;  mais recentemente foi autor de traduções de alta importância para o debate teórico e critico  no marxismo: Stalin, um novo olhar, de Ludo Martens, Editora Revan. Rio de Janeiro,1994. Com Pedro Castilho,  traduziu Trotskismo x leninismo. |Lições da Historia de Harpal Brar, Ed Caravabsarai.  Estava trabalhando em um livro sobre a” Historia dos Comunistas no Brasil, avenidas para a União” (2003).
Ao seu enterro acorreram personalidades, militantes e admiradores das mais diferentes agremiações de esquerda,  indicando  sua capacidade de congregar  afetos. “Camarada Pedro Castro: presente!” foi a saudação que ecoou quando seu corpo descia  à sepultura.