No próximo dia 10 de dezembro, a Comissão da Verdade entregará seu relatório à presidente Dilma Rousseff. Não é o relatório desejado, mas o possível, em face das circunstâncias históricas: a correlação de forças que nos impediu, até aqui, de acompanhar argentinos, uruguaios e chilenos na denúncia e punição dos crimes cometidos pelo aparato repressor — forças armadas à frente— durante asditâdurás que infelicitaram nosso Continente. Apesar dessa incompletude e das frustrações surgidas durante as investigações, difíceis, dificultadas, trata-se de documento importantíssimo (são três volumes, denunciando a cadeia repressora instalada a partir do gabinete da Presidência da República no regime militar, com o nome de 400 torturadores e referência aos centros de tortura; e mais 30 recomendações). Em várias cidades estão sendo instalados telões em locais públicos para que o maior número possível de cidadãos possam acompanhar a cerimônia. Ninguém sabe o que pretendem fazer nossos anêmicos partidos políticos, muito menos a Universidade, fechada para a vida. Mas os organismos da sociedade civil poderiam promover debates, principalmente com jovens para, conhecendo esse passado, conheçam o que precisa ser evitado.

(RA)