Congresso Joilson

 

Sindicalistas da corrente do Sindicalismo Socialista Brasileiro (SSB), braço sindical do PSB (Partido Socialista Brasileiro), declararam majoritariamente, na última segunda-feira (13), apoio à reeleição da presidenta Dilma Rousseff com a divulgação do manifesto Conclamação aos Socialistas.

Os sindicalistas seguiram o posicionamento do ex-presidente do PSB, Roberto Amaral, que declarou seu apoio a Dilma, e afirmou que seu partido ignorou lições de seus fundadores ao apoiar formalmente a candidatura de Aécio Neves, do PSDB. “O apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff é, neste momento, a única alternativa para a esquerda socialista e democrática”, afirmou em nota Roberto Amaral.

Cabe destacar que 14 dos 18 estados onde a SSB está organizada apoiaram a decisão do líder socialista. Assinam o manifesto os sindicalistas Joílson Cardoso, a senadora Lídice da Mata, Roberto Amaral, Luiza Erundina, Glauber Braga, Edwilson Lino, Vivaldo Barbosa, Domingos Leonelli, James Lewis, Sandra Marrocos, Júlio Cesar Oliveira, Fabio Maia e Antônio Marlos.

“Estamos assistindo a disputa de dois projetos distintos. O projeto do PSDB, que nós já conhecemos, inclui o arrocho salarial, a precarização das condições de trabalho e a reforma trabalhista que o Fernando Henrique tentou implantar com o fator previdenciário e uma politica econômica nacional de joelhos para o capital estrangeiro. São medidas que irão tirar o país do protagonismo em que ele se encontra que, inclusive, contribuiu para vitórias importantes na América Latina. Tirar o Brasil da posição que ele se encontro seria um retrocesso político imensurável”, destaca Joílson Cardoso, que também é vice-presidente da CTB.

Para Joílson Cardoso, apoiar um projeto neoliberal seria colocar em risco avanços obtidos pela classe trabalhadora. “Esse projeto coloca em jogo questões estruturais do mundo do trabalho, a exemplo da política nacional de salário mínimo. O economista Armínio Fraga, que está cotado para ser ministro da Fazenda de Aécio Neves, já afirmou que o salário mínimo cresceu demais nos últimos anos. Ou seja, seria a volta do arrocho salarial, do Estado Mínimo e o retrocesso das politicas sociais. Tudo isso faz com que a SSB seja contra essa proposta. Nós lamentamos a posição do PSB”, defendeu o socialista.

Durante a reunião, dos 18 estados, 8 se manifestaram a favor da reeleição da presidenta, enquanto três decidiram apoiar a candidatura do tucano Aécio Neves e 4 se mantiveram neutros.

Confira abaixo o Manifesto assinado pelos sindicalistas:

MANIFESTO DA SSB AOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS DO BRASIL

A SSB (Sindicalismo Socialista Brasileiro) decide, por maioria absoluta de suas lideranças, apoiar e recomendar o voto de seus militantes na reeleição da presidente Dilma Rousseff. Essa decisão expressa nossa coerência com o programa socialista. Os socialistas têm e sempre tiveram lado – o da esquerda progressista. Somos uma corrente do movimento sindical nascida há 20 anos atrás na base do movimento sindical brasileiro, liderada pelos sindicalistas socialistas do PSB e ligada à Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), que ajudamos a fundar com outras forças políticas. Neste segundo turno da eleição presidencial não podemos contribuir para o atraso que seria o retorno do neoliberalismo, inimigo ideológica dos interesses dos assalariados. Nosso compromisso, ao contrário, é o de ajudar a constituição de um governo democrático-popular, com efetiva participação dos trabalhadores e da sociedade civil.

Estivemos com a candidatura de Eduardo Campos, um projeto que procurava se sustentar no campo da esquerda. Nós, líderes sindicais dos trabalhadores e trabalhadoras da SSB nos comprometemos, depois de sua morte, com a candidatura de Marina Silva à Presidência da República, por entendermos que a ‘Coligação Unidos pelo Braslil’, apesar das contradições, podia representar a preservação de nossas conquistas. Identificamos nessa candidatura a possibilidade de fazer o País trilhar o desenvolvimento sustentável, a garantia de mais e melhores empregos e a continuidade da distribuição de renda iniciada pelo governo do Presidente Lula, buscando eliminar as iniquidades sociais. Essa não é a visão de Aécio.

Com esse manifesto, dizemos NÃO ao atraso representado pela candidatura da direita. O roteiro do ajuste fiscal que resulta em arrocho salarial contra os trabalhadores é nosso velho conhecido. Vem junto com a quebra dos direitos trabalhistas, o fim da política de valorização do salário mínimo e o aumento da concentração de renda. Denunciamos, principalmente, a entrega dos serviços públicos e setores estratégicos à sanha do capital e a quebra da soberania nacional como ocorreu nos anos de governo tucano. Conhecemos esse receituário, pois fomos oposição ferrenha aos governos neoliberais do PSDB.

O País avançou nos dois governos Lula e deve agora, com Dilma no comando, fazer as correções que precisa para voltar a crescer. A classe trabalhadora vai continuar a lutar pelo crescimento com justiça social. Essa é a nossa razão de ser. Sermos dignos ao nosso Programa, no PSB honrarmos nossa história e a história de nossos fundadores, João Mangabeira, Antônio Hoauiss e Jamil Haddad, no movimento sindical sermos fieis aos interesse dos trabalhadores e coerentes ao campo político de esquerda que compomos. A Nação trabalhadora nos cobra compromisso e não vamos virar as costas aos que clamam por desenvolvimento com justiça social. O Brasil é viável e voltará a crescer. Chega de desesperança! Vamos votar em Dilma no dia 26!

Viva o Brasil. Viva a Classe Trabalhadora.