por: Pedro Amaral

O presidenciável Ciro Gomes (PDT) falou a jornalistas, ontem, em São Paulo. Com a desenvoltura que o singulariza, repeliu propostas estapafúrdias do declinante governo de Michel das Docas, como privatização da Eletrobrás e autonomização do Banco Central. Definiu a intervenção federal no RJ como medida “politiqueira”, “mal-intencionada” e “factoide” – adjetivos, a meu ver, bastante adequados –, embora concedendo que ela responde ao apelo de uma população assustada.

Na sequência, fez ponderações em relação à conveniência de Lula manter sua candidatura, “mantendo o país refém de recursos judiciais” – argumento respeitável, mas que pode facilmente ser lido, no contexto, como oportunismo ou deslealdade. Por fim, Ciro sendo Ciro, bateu no PT e seus militantes, dos quais depende se quiser sonhar com uma votação de dois dígitos.

Enquanto Ciro expunha seu ideário, PT, PSOL, PDT, PCdoB e PSB lançavam, na Câmara dos Deputados, um documento em que buscam uma convergência programática visando às eleições de outubro e além. Na mesma Câmara, naquela noite, a bancada do PDT votaria, em uníssono, a favor da jogada que Ciro condenara.

Até onde irá, assim solitário, ensimesmado, o cavaleiro de Pindamonhangaba?