Cerca de 50 mil pessoas participaram do amplo protesto contra a privatização de estatais brasileiras que tomou o centro do Rio de Janeiro nesta quarta (3), data do aniversário de 64 anos da Petrobras.
Os participantes saíram em passeata no início da tarde, passando pela sede do BNDES até chegar ao destino final: o prédio da Petrobras. A estatal de petróleo completa 64 anos hoje. Lá, se uniu ao ato, às 16h, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“A unidade das categorias é o principal. Temos que manter as centrais presentes. Vamos para cima desse governo golpista. Não vamos permitir que esse governo privatize todas nossas estatais e aprove a reforma da Previdência”, afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Luiz da Rocha Cardoso, o Pará.
O presidente da CTB-RJ, Paulo Farias, denunciou a privatização e desmonte das empresas e dos serviços públicos brasileiros. O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, defendeu um referendo para revogar as medidas de Temer: “É o momento de nós discutirmos que nós precisamos revogar as medidas do governo golpista. Eu fico muito feliz que o presidente Lula tenha colocado no discurso dele uma proposta da Frente Brasil Popular e da frente Povo Sem Medo, que é, se eleito, imediatamente fazer um referendo revogatório de todas as medidas do governo golpista. Esse é o nosso recado, continuar enfrentando, não permitir que eles impeçam a candidatura do ex-presidente Lula, a eleição sem Lula é fraude”.
“O ato está bonito e muito representativo. Estamos aqui em defesa da soberania nacional, em defesa do Brasil para os brasileiros. Queremos o Brasil para a nossa geração, para nossos filhos e filhas. Estamos contra esse governo golpista que está entregando o país a preço de banana. Onde já se viu entregar a Casa da Moeda, a Petrobras, a Caixa Econômica Federal? Estamos na luta e vamos defender essa batalha”, afirmou o coordenador geral do Sindicato dos Bancários da Baixada Fluminense, Pedro Batista.
A manifestação ocorre na semana em que o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realiza o seu 8º Encontro Nacional. “Mais de 4 mil atingidos que participam do encontro se somam ao ato deste 3 de outubro. Os atingidos marcham desde o Sambódromo, onde estão alojados, até a sede da Eletrobras. A estatal, que é a maior empresa do setor elétrico do país, está sob risco de privatização”, afirmou em nota o MAB.
A Eletrobras é responsável pela produção de 30% da energia do Brasil e dona de 50% das linhas de transmissão. “O que está acontecendo é um processo de destruição da soberania. O Brasil está perdendo todas as riquezas do seu controle. A privatização só faz mal, podemos ver, por exemplo, o que aconteceu com a Vale, em Mariana. E é por isso que estamos nessa luta, contra as privatizações e em defesa do nosso patrimônio”, afirmou o coordenador nacional do MAB Gilberto Cervinski.