por: Pedro Amaral

À guisa de homenagem aos policiais militares do Paraná que se recusaram a massacrar os professores grevistas (e foram presos, e serão exonerados), lembro o capitão Sérgio Macaco, que se recusou a cumprir ordens do brigadeiro Burnier para assassinar ‘subversivos’, e o episódio em que carrascos se negaram a enforcar Joaquim do Amor Divino Rabelo, o Frei Caneca, diante do povo inquieto, “com molas de quem se amotina”. Como conta João Cabral de Melo Neto:

“Como não surge quem o enforque / chamaram a tropa de linha. / Ele ainda está ao pé da forca, esperando o carrasco, ainda. / Se a espera for de muito tempo, o povo dele se apropria. / Já está inquieto e excitado, / com molas de quem se amotina.”
(“Auto do frade – poema para vozes”)

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