Marco Aurélio Nogueira, na Apresentação deste Dicionário, observa que, em boa medida, o que será feito politicamente no Brasil após o regime imperial derivará do incansável exercício intelectual de dialogar com as ideias produzidas ao longo do processo de gestação, consolidação e crise do regime monárquico no Brasil. Aquelas ideias, em boa medida, forjaram as explicações que apresentaram o Brasil aos brasileiros. Foi a partir delas que os cidadãos aprenderam a pensar nosso país, foi contra elas ou com elas que o pensamento político democrático evoluiu. E foi para superá-las – assimilá-las e projetá-las em um patamar superior – que se afirmou mais de um estilo de pesquisa acadêmica entre nós.
A organizadora do Dicionário, Maria Emilia Prado, partiu de um projeto consistente: acompanhar e analisar as principais obras que compuseram o panorama intelectual do período. Reuniu alguns dos principais pesquisadores brasileiros, que se propuseram a fazer aquilo de que mais se ressente em qualquer área de estudos: buscar a visão de conjunto, articulando uma abordagem analítica – com a qual se reconstroem conceitualmente os diferentes textos – e uma abordagem histórica, que procura situar os textos em seus contextos e circunstâncias, vendo-os como parte dos debates e da efervescência ideológica das distintas épocas. O resultado pode ser comprovado nas páginas do livro, nos textos instigantes e repletos de informações, que põem à prova, com sucesso, as vantagens do método histórico-sistemático.
O Dicionário revela-se, assim, como recurso para que a área de estudos como tal ganhe organicidade e maior consciência de sua força e de seus limites. Contribui, também, para ampliar sua capacidade de comunicação, para fazê-la alcançar novos públicos e estimular futuras pesquisas. Consegue isso, entre outras coisas, porque evitou a tentação de padronizar a investigação e de eliminar o pluralismo que é intrínseco a uma ciência como a sociologia das ideias, onde o terreno é sempre escorregadio, a linguagem não está desprovida de ambiguidades, até mesmo porque termos e conceitos empregados confundem-se, muitas vezes, com as palavras e os discursos da vida cotidiana e dos embates políticos e culturais.
Obras Políticas do Brasil Imperial: Dicionário do Pensamento Brasileiro
ORGANIZADORA: Maria Emilia Prado.
AUTORES: Aluízio Alves Filho, Ana Lúcia Lana Nemi, Arno Wehling, Antonio Paim, Christian Edward Cyril Lynch, Christiane Leidler, Cristina Buarque de Holanda, Douglas Leite, Gabriela Nunes Ferreira, Fernando Sá, Ilmar Rohloff de Mattos, Ivo Coser, João Henrique dos Santos, João Marcelo Erket Maia, Jorge Bastos, Lúcia Maria Paschoal Guimarães, Luis Werneck Vianna, Maria Alice Rezendede Carvalho, Maria Emilia Prado, Maria Fernanda Lombardi Fernandes, Maria Teresa Toríbio Brittes Lemos, Marieta Pinheiro de Carvalho, Marisa Saenz Leme, Ricardo Martins Rizzo, Rodrigo da Nóbrega Moura Pereira, Valdeci Rezende Borges, Vivian Zampa, Wilma Peres Costa
ISBN: 9788571064652
Assunto: História
Formato 16x23cm – 272 páginas – 400gramas
Preço R$ 48,00
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