por: Miguel do Rosário

Por motivos que explicarei a seguir, transcrevo abaixo um artigo de Valter Pomar em resposta a uma entrevista de Jaques Wagner, publicada no Estadão, a qual também reproduzo ao final do post.

Na entrevista, Wagner sinaliza a possibilidade de apoio petista à candidatura Ciro Gomes, inclusive com o oferecimento da vaga de vice.

Valter Pomar reage duramente contra esta alternativa, e defende que o PT deve considerar apenas duas opções: Lula, ou nada!

Ou seja, ou o PT consegue, por algum milagre, levar adiante a candidatura Lula ou denuncia o processo eleitoral como fraude, lançando uma “anticandidatura” (confesso que não entendi muito bem o que isso significa).

Nas próprias palavras de Valter:

(…) só há duas alternativas aceitáveis no que diz respeito à eleição presidencial: ou participamos com Lula candidato; ou participamos com o objetivo de denunciar a fraude, deslegitimar o resultado e criar assim melhores condições para fazermos oposição ao futuro governo federal.

E como participar denunciando a fraude?

De momento, há apenas duas hipóteses: ou não substituir Lula, caso ele venha a ser “interditado definitivamente”; ou lançando em seu lugar uma “anti-candidatura”, que tenha como objetivo denunciar o golpe e defender o PT.

Alguns amigos pediram-me para eu escrever sobre isso. Fá-lo-ei!

Discordo radicalmente de Valter Pomar.

Acho que o PT não pode, nem brincando, abandonar o processo eleitoral ou participar dele pela metade, pensando apenas em denunciar golpe ou fraude.

O PT, assim como todo partido progressista, não apenas deve participar da campanha presidencial “à vera”, e não como uma “anticandidatura”, seja lá o que isso queira dizer, como tem de se esforçar ao máximo para emplacar uma boa bancada no congresso e nas assembleias legislativas.

Para isso, precisa de uma estrategia política e eleitoral consistente, íntegra, substantiva.

Quanto às proposições de Wagner, concordo com o ex-governador: o PT tem de estar aberto a todas as possibilidades, inclusive a de se aliar a Ciro Gomes.

A guisa de conclusão, Pomar diz o seguinte:

Renunciar voluntariamente à condição hegemônica do PT, escondendo nosso partido e suas lideranças atrás de um biombo, não contribuiria para derrotar o golpismo, nem ajudaria a esquerda a reencontrar nosso caminho para o poder, para as reformas democrático-populares e para o socialismo.

O uso da expressão “condição hegemônica do PT” é deselegante, até mesmo contraproducente, diante do cenário fortemente pluripartidário do país, inclusive na esquerda, além da necessidade premente de união das legendas progressistas em torno de uma agenda comum.

Quanto à denúncia de fraude e golpe, a estratégia de combatê-los não pode ser emulando os piores exemplos da direita venezuelana.

Não digo pelo conteúdo do protesto, que é muito mais verdadeiro aqui, onde uma presidenta eleita foi efetivamente derrubada, de maneira ilegal, do que na Venezuela, onde a direita protesta contra resultados transparentes e chancelados por observadores internacionais.

Digo pela forma, pondo a culpa no processo eleitoral, e não no adversário.

O último bastião da nossa democracia são as eleições de 2018.

E também não acho que seja inteligente encará-las como uma batalha de vida ou morte.

Tipo: se perdermos, acabou-se o mundo, podemos ir para casa.

Se o PT ou a esquerda encarar a eleição assim, entrarão nervosos e desconcentrados na disputa política.

Além do mais, não é verdade.

Os horizontes pós-eleitorais permanecem tomados de perspectivas infernais, perdendo ou ganhando.

Se a direita ganhar, terá que lidar com o problema econômico e social, e a oposição crescente que vai emergir dele.

Se for a esquerda a levar o troféu eleitoral, terá os mesmos problemas, em escala ainda maior, porque herdará um país em crise, um Estado completamente contaminado pela violência institucional, além da onda fascista, que tenderá a se radicalizar ainda mais diante da esquerda no poder.

O futuro do Brasil não está fácil para ninguém, nem estará resolvido após as eleições.

Por isso mesmo, as eleições devem ser vistas como um valor em si mesmo, como uma oportunidade de transformá-lo num processo de educação política.

É claro que o impeachment foi golpe e que a retirada de Lula do pleito, da maneira como foi articulada, corresponde a uma insuportável fraude no processo eleitoral.

Isso deve ser denunciado agora e sempre.

Mas se golpes e fraudes fossem motivo para se desistir da luta democrática, a classe trabalhadora jamais, em nenhum momento da história, teria disputado eleições.

Além disso, o próprio processo democrático deve ser sempre visto sem rigor excessivo, porque se alguém examiná-lo no microscópio corre o risco de achá-lo, como um todo, uma grande fraude, um golpe continuado contra a soberania popular.

Se o PT for entrar na batalha eleitoral pensando em “deslegitimar” seu resultado, então é melhor nem entrar!

Quem vai para a chuva, é para se molhar – e deslegitimar uma eleição que envolverá quase 150 milhões de eleitores, e dezenas de milhares de candidatos para os mais diversos cargos estaduais e federais, é desrespeitar a democracia.

Por isso mesmo, é preciso usar a fraude, tanto a fraude específica do afastamento de Lula do pleito, como a fraude sistêmica que contamina a democracia contemporânea, para mobilizar o eleitorado em favor do time prejudicado pelos maus juízes e seus bandeirinhas escroques.

Não acho também que uma possível aliança entre PT e Ciro Gomes significaria, como diz Valter, pôr um “biombo” à frente do partido.

O PT cresceu depois do golpe.

Tem mais popularidade que antes, e as críticas que recebe dos setores raivosos da sociedade se tornam dia a dia mais caricaturais.

Todas as pesquisas mostram que o antipetismo está refluindo, e não crescendo, apesar do esforço diário da Lava Jato em produzir factoides que prejudiquem o partido.

No entanto, mesmo na vazante, o antipetismo ainda é extremamente pesado, e perigoso, porque não é mais apenas um sentimento de antipatia política contra um partido.

O antipetismo incorporou elementos emocionais próprios do fascismo, e contaminou setores poderosos dos estamentos, em especial suas áreas mais burocráticas e autoritárias.

Isso acontece, possivelmente, porque o PT simboliza exatamente, ao contrário da propaganda neoliberal, correntes antiestatais, antiburocráticas, anticorporativas da sociedade.

Ironia bem típica do Brasil:

o mesmo país onde os liberais tinham orgulho de seus escravos, é onde a ideologia antiestatal, privatizante, que caracteriza a direita neoliberal, alojou-se – e tornou-se hegemônica aí – no aparelho de Estado!

Os maiores acumuladores de privilégios do Estado (ou, para usar uma expressão chula: os maiores mamadores em suas tetas) não são os socialistas estadófilos que a direita tanto odeia, mas juízes e procuradores, admirados e paparicados por operadores do mercado financeiro filiados às ideias do Estado mínimo.

Neste sentido, de pensar uma estratégia que nos permita driblar o ódio fascista, que infectou setores poderosos do Estado, e que parecem dispostos a abandonar qualquer escrúpulo democrático, brandindo, a todo momento, intervenções militares, é que vale a pena discutir uma aliança com Ciro Gomes.

O próprio Ciro Gomes parece ter entendido bem como funciona o jogo.

Diz Valter que:

“Ciro Gomes não tem enganado ninguém acerca de suas opiniões sobre o PT. Ele escolheu construir uma estratégia sem o PT e, em boa medida, contra o PT.”

Também discordo dessa asserção.

Ciro Gomes tem feito críticas duras ao PT, mas isso todo o mundo faz, inclusive o próprio PT.

Não concordo com todas as críticas de Ciro ao PT. Mas concordo com outras.

E, o que me parece mais interessante, algumas de suas críticas estão quase mudando minhas ideias.

Por exemplo, sempre achei antipáticas, e até mesmo pouco honestas, as críticas que Ciro Gomes faz aos movimentos lulistas de se aproximar de setores golpistas ou ex-golpistas, como Renan Calheiros. Ora, pensava eu, Lula faz bem em tentar reconstituir pontes com o centro, reduzir a ruptura. Isso terá de acontecer um dia ou outro.

Mas talvez Ciro esteja certo: o problema não é reconstituir pontes, e sim a maneira como isso é feito, com os mesmo métodos que nos levaram até aqui.

As fotos recentes de Lula com Renan Calheiros correspondem às fotos de Lula e Haddad com Maluf.

Quem não se lembra do seu custo?

Os minutos de tv que significaram foram mesmo fundamentais para a vitória petista em São Paulo?

Quanto se ganhou e quanto se perdeu ali?

Agora, que o PT vive o momento mais sofrido de sua história, vemos com mais clareza a importância de um patrimônio ético, e não importa que seja uma ética puramente semiótica.

É justamente esse tipo de ética que mobiliza as multidões.

Entendo que fazer acordos com o centro, e mesmo com a direita, é uma necessidade de um regime democrático como o nosso.

Mas precisam ser feitos dessa maneira, com abraços e beijos?

Não poderiam ser mais sóbrios, estabelecendo-se em torno de pontos objetivos?

Ao invés de abraços e beijos, não poderiam ser reuniões austeras ao redor de projetos de governo?

Do jeito que foram feitos, os acordos me parecem ter prejudicado tanto petistas como seus aliados à direita.

Não me sai da cabeça que Maluf, com quase 90 anos, com várias doenças degenerativas terminais, tenha sido vítima da violência encarcerante dos tarados da Lava Jato apenas porque ele se aproximou, em algum momento, de Lula.

Não acho que Ciro Gomes esteja se posicionando “contra o PT”. Muito pelo contrário!

Em todas as suas entrevistas, ele fez questão de deixar bem claro que foi um aliado constante, um eleitor, um amigo, do presidente Lula, da presidenta Dilma e do PT. E fala disso com orgulho, sem nenhum tipo de arrependimento.

É inverídico, portanto, que “Ciro não tem enganado ninguém acerca de suas opiniões sobre o PT”.

Quer dizer, a expressão é dúbia, porque pode significar exatamente o contrário do que Valter parece ter querido dizer.

Pode significar que Ciro Gomes tem sido bastante verdadeiro, talvez até demais, em relação ao PT.

De fato, Ciro não engana ninguém, mas talvez porque não seja o seu objetivo “enganar ninguém”.

Deve ser verdade que Ciro Gomes tenha uma estratégia “sem o PT”.

Mas este é o ponto em que nos perguntamos: e daí?

Qual o problema, visto que ele concorre por um partido diferente?

Repare que Valter, antes de se arriscar a afirmar que Ciro tem uma estratégia “contra o PT”, acrescenta um elemento suavizador, como se hesitasse: a expressão “em boa medida”. Como assim, em boa medida? É contra ou não o PT?

Mas o que pensa, afinal de contas, Ciro Gomes? Valter, ao olhar tanto para Ciro Gomes como para o processo político, incorre num vício sectário, de considerar o PT como o centro do mundo.

Não é.

O centro do mundo é a luta de classes.

Ou luta contra a desigualdade.

Ou luta pelo desenvolvimento socio-economico do país, como queiram.

As observações sobre os candidatos devem ser articuladas em torno desse conceito, e não ao redor das intrigas partidárias!

O que Ciro Gomes pensa sobre a indústria, a agricultura, a educação, os impostos e os programas de assistência social?

O que Ciro Gomes pensa sobre o governo Temer, os grandes meios de comunicação, o papel do judiciário e do ministério público, e o imperialismo?

Em suas entrevistas, Ciro Gomes tem sido bastante claro em relação às suas ideias.

O PT, por sua vez, está enredado nas armadilhas da direita judicial-midiática e tornou-se quase tão monotemático quanto seus adversários.

Enquanto a Globo vocifera, dia e noite, delenda Lula!, o PT rebate, no mesmo tom, Lula livre, num círculo vicioso que obviamente está destinado a produzir, mais dia menos dia, desgaste político e cansaço moral.

Entendam: longe de mim afirmar que o PT só tem cometido erros.

Muito pelo contrário.

O partido tem amadurecido de maneira impressionante ao longo deste dolorido, terrível, processo.

Se comete erros é porque ele está no centro de todas as tormentas, sendo puxado violentamente para lá e para cá por uma aliança de todas as forças do capital: a grande mídia, as altas finanças, o imperialismo, as castas judiciais e os mandarinatos de todos os tipos.

Hoje é segredo de polichinelo que a alta burguesia financista tem manipulado, perigosamente, a pequena burguesia decadente e irritadiça, com tendência ao fascismo e à violência, para jogá-la contra as forças trabalhistas, e muito especificamente contra o PT.

Acossado por todos os lados, o PT resiste, ganha filiados, reúne gente, seus parlamentares mais destacados tem demonstrado audácia e habilidade, de maneira que a legenda tem enfrentado com galhardia e dignidade um conjunto de ataques que já teria destruído qualquer outro partido, não apenas no Brasil como em qualquer outro país.

Me parece evidente que o PT emergirá muito mais forte do que entrou.

Às vezes tenho a impressão que parte do ódio ilimitado da direita contra o PT nasce da intuição, entre os próprios militantes conservadores, que suas tristes vitórias constituem inexoráveis e humilhantes derrotas, e que as derrotas do PT, ao contrário, podem estar preparando mais um longo período de vitórias para o campo popular.

Na introdução de seu Luta de Classes na França, Marx explica essa característica dialética das lutas sociais, em que uma coisa se converte em seu oposto.

Ao mencionar o tormentoso período que vai de 1848 a 1849, os dois anos mais longos da história do mundo, que parecem ter concentrado a luta de milênios, não apenas do passado, mas também do futuro, Marx observa que:

“O que sucumbiu nessas derrotas não foi a revolução. Foram os penduricalhos pré-revolucionários tradicionais, os resultados de relações sociais que ainda não haviam culminado em antagonismos agudos de classe – pessoas, ilusões, concepções, projetos, dos quais o partido revolucionário ainda não estivera livre antes da Revolução de Fevereiro e dos quais se livraria não pela vitória de fevereiro, mas unicamente por força de uma série de derrotas.”

Em suma: não foram suas conquistas tragicômicas imediatas que abriram caminho ao progresso revolucionário; muito pelo contrário, foi a geração de uma contrarrevolução coesa e poderosa, a geração de um adversário, e foi no combate a ele que o partido da revolta amadureceu, tornando-se um partido realmente revolucionário.

Ora, não é exatamente isso que estamos vivendo no Brasil?

De um lado, o partido do grande capital, com seus gigantescos meios de comunicação, suas conexões imperialistas, seu controle sobre os aparelhos judiciais, sua presença terrível, orwelliana, na “opinião pública”; de outro, o partido da revolta, endurecendo sua têmpera ao fogo ardente da mais sangrenta guerra política da nossa história?

O que era a esquerda brasileira antes, e o que é hoje?

Suas “vitórias” em 2002, 2006, 2010 e 2014, ao invés de produzirem uma esquerda forte e popular, pareciam criar uma frente cada vez mais preguiçosa, barriguda e sem criatividade.

Com o golpe batendo à sua porta, Dilma não perdeu a oportunidade histórica de fazer um discurso na ONU?

Por que?

Evidentemente não foi apenas culpa dela, mas porque ela estava cercada de erros, de “penduricalhos pré-revolucionários tradicionais”, como diria Marx, de “pessoas, ilusões, concepções, projetos, dos quais o partido revolucionários ainda não estivera livre” antes do… golpe.

O PT e toda a esquerda tem amadurecido bastante, e isso não significa, evidentemente, que a partir de agora não irão mais cometer erros e não precisem ser constantemente submetidos seja ao escrutínio popular seja à crítica dos intelectuais.

O PT já viveu tempos em que ele queria pacificar seus críticos, do povo e da elite, mesmo que para isso precisasse desligar os oleodutos que o conectavam ao corpo vivo da sociedade.

Foi um erro, naturalmente.

E a autocrítica petista (que, necessário dizer, é duríssima e tem sido uma prática corajosa e dolorosa de seus militantes mais antigos e orgânicos; quem acusa o PT de não fazer autocrítica é porque simplesmente não convive ou conversa com nenhum de seus militantes) sempre insiste nesse ponto:

o desmantelamento dos núcleos de base foi o erro mais trágico do partido, o que o transformou num partido pequeno-burguês ideologicamente confuso e superficial, com pouquíssima ou nenhuma base popular, apesar de todas suas grandes vitórias eleitorais.

O que fazer então? Como reconstituir os núcleos de base se a “base” já não existe?

Essas coisas não são feitas através de decisões tomadas de cima para baixo. Quer dizer, sempre se pode destruir ou desmontar uma grande organização de uma hora para outra. Construí-la ou reconstruí-la requer um longo período.

E aí voltamos a Ciro Gomes.

Não vejo sentido em atacar Ciro Gomes com base na pura intriga partidária.

Não é o momento disso.

Ciro Gomes está correto em construir uma estratégia sem o PT.

Mas o PT cometerá um erro se construir uma estratégia sem Ciro Gomes.

Não é preciso ser um grande analista político para entender que a esquerda não-petista, desta vez, tem três candidatos muito bem preparados: Boulos, Manuela D´Ávila e Ciro Gomes.

Para mim, o maior erro do PT não é procurar estabelecer uma ponte com Ciro Gomes e até mesmo flertar com a possibilidade de se aliar a ele nas eleições de 2018.

Isso para mim está correto. Talvez não fosse sequer necessário ter um vice do PT.

O ideal, a meu ver, é que Ciro Gomes tivesse um vice oriundo do setor produtivo, algum remanescente da burguesia industrial que tivesse coragem de se aliar a um candidato de esquerda.

O PT poderia simplesmente formar uma chapa com o PDT, para eleger deputados e senadores, mas sem indicar o vice.

Ou não!

Há vários cálculos importantes que precisam ser desenvolvidos, e discutidos publicamente, especialmente aqueles relacionados à eleição de parlamentares.

O maior erro do PT, ia dizendo, é cogitar uma aliança com Ciro Gomes, ou falar disso publicamente, mesmo que seja para em seguida falar mal, sem antes estabelecer um programa de governo, um projeto, e sem fazer uma mediação com os outros candidatos da esquerda, cuja solidariedade a Lula tem sido infinita e incondicional!

Um fato se impõe: a esquerda autêntica precisa se unir.

Ciro Gomes, Boulos, Manuela D´Ávila, PT, precisam estar juntos, de alguma maneira, já no primeiro turno, não necessariamente unidos em torno de uma só candidatura, mas alinhados a um projeto, e aferrados ao compromisso de que, se houver o risco de que a disputa no segundo turno se dê entre o neoliberalismo sociopata dos golpistas, protagonizado pela aliança Temer-PSDB, e o fascismo armado de Jair Bolsonaro, a esquerda se unirá em torno daquele candidato que estiver melhor posicionado nas pesquisas de intenção de voto.

Observem que falei “esquerda autêntica”, que é uma maneira de afastar dois candidatos que, a meu ver, são um ridículo e falso simulacro de “centro-esquerda”, razão pela qual representam talvez o pior de todos os perigos: Marina Silva e Joaquim Barbosa.